sábado, 31 de janeiro de 2009


O Deus olha do final do cosmos e vê todas essas bolas flutuantes coloridas e cheias de vermes incríveis e criativos... Ele senta e contempla o seu delírio e de vez em quando ele mexe com os fios que os ligam e brinca de gravidade, cometa, estrela cadente, chuva de meteoros, gira os planos e movimenta tudo, inclusive nós que também somos Ele. J.H.R

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Imprecisão


Digo "talvez" e esbarro em um "se".
Vindo da onde vier não é "certo" e nem prá "sempre".
As cores nunca são puras,
em tudo há misturas e que delas faço parte e participo.
Por favor, misture-se comigo e "estaremos" por enquanto.......
J.H.R

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O poder plástico dessa música......

As Vitrines
Chico Buarque


Eu te vejo sair por aí
Te avisei que a cidade era um vão
- Dá tua mão-
Olha pra mim-
Não faz assim-
Não vai lá não
Os letreiros a te colorir
Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão, frouxa de rir
Já te vejo brincando, gostando de ser
Tua sombra a se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar
Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo um salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
Que entornas no chão

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dr. Jivago


"Lara caminhou ao lado dos trilhos, seguindo uma trilha gasta pelos peregrinos, e depois entrou nos campos. Ali parou e, fechando os olhos, respirou fundo o ar perfumado pelas flores da vastidão em torno dela. Aquilo era mais querido para ela do que seus parentes, melhor que um amante, mais sábio que um livro. Por um instante, redescobriu o objetivo de sua vida. Estava aqui na terra para captar o sentido desse encantamento selvagem e chamar cada coisa por seu nome certo, ou, se não fosse capaz disso, dar à luz, por amor à vida, sucessores que o fariam em seu lugar.." (Dr. Jivago - Boris Pasternak)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Agora é a vez da Clarice (Pensamento)...


"...Meu pensamento, com a enunciação das palavras mentalmente brotando, sem depois eu falar ou escrever - esse meu pensamento de palavras é precedido por uma instantânea visão, sem palavras, do pensamento - palavra que se seguirá, quase imediatamente - diferença espacial de menos de um milímetro. Antes de pensar, pois, eu já pensei. Suponho que o compositor de uma sinfonia tem somente o pensamento antes do pensamento, o que se vê nessa rapidíssima idéia muda é pouco mais que uma atmosfera? Não. Na verdade é uma atmosfera que, colorida já com o símbolo, me faz sentir o ar da atmosfera de onde vem tudo. O pré-pensamento é em preto e branco. O pensamento com palavras tem cores outras. O pré-pensamento é o pré-instante. O pré-pensamento é o passado imediato do instante. Pensar é a concretização, materialização do que se pré-pensou. Na verdade o pré-pensar é o que nos guia, pois está intimamente ligado à minha muda inconsciência. O pré-pensar não é racional. É quase virgem." (Um sopro de vida - pulsações - Clarice Lispector)

sábado, 24 de janeiro de 2009

Pensar no Pensar - Nietzsche




“O pensamento...emerge em mim- de onde? Por meio de que? Não sei. Ele vem, independentemente de minha vontade costumeiramente envolto e ensombrecido por uma multidão de sentimentos, desejos, aversões, também de outros pensamentos... Nós o extraímos de tal multidão, limpamos, colocamo-lo sobre seus pés... quem faz isso tudo- não sei, e sou aqui, seguramente mais espectador do que causa desse processo... Que em todo pensar parece tomar parte uma multiplicidade de pessoas-: isso não é, de
maneira alguma, fácil de observar, somos fundamentalmente mais fortes no inverso, ou seja, ao pensar, não pensar no pensar. A origem do pensamento permanece oculta; é grande a probabilidade de que ele é apenas sintoma de um estado muito mais abrangente;que justamente ele chega e nenhum outro,
que ele chega justamente com essa maior ou menor clareza, por vezes seguro
e imperioso, por vezes fraco e carente de apoio...exprime-se em sinais, em
tudo isso, alguma coisa de nosso estado global ”(F. Nietzsche - Fragmento póstumo; GA
XIV,40s.Junho-julho de 1885 ,n. 38[1]; KGW VII3,p. 323 s , apud Muller-
Lauter, op.cit., p. 150).

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


De longe te miro um olhar,

Não é para te ter,

Não é para te tomar,

É para me misturar e ser contigo.....

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A Viagem - Perto do Coração Selvagem (Clarice Lispector)


A Viagem

“......... E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave, um dia o que eu fizer será cegamente seguramente inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade, tão integralmente lançada no que fizer que serei incapaz de falar, sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro! Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante: sempre fundido, porque então viverei, só então viverei maior do que na infância, serei brutal e malfeita como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas, ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.”

Juntos..............


Tenha sempre alguém para voar junto.....

sábado, 10 de janeiro de 2009

Sem Teto

Na Natureza Selvagem - Trilha Sonora Eddie Vedder

No Ceiling

Vem a manhã
Quando eu posso sentir
Que não há nada a ser ocultado
Me movendo em uma cena surreal
Não, meu coração nunca, nunca estará longe daqui
Certo como estou respirando
Certo como estou triste
Manterei essa sabedoria na minha carne
Saio daqui acreditando em mais do que antes
E há uma razão pela qual, uma razão pela qual estarei de volta
Enquanto caminho o hemisfério
Tenho vontade de subir e desaparecer
Já fui ferido, já fui curado
E para descarregar já fui, já fui autorizado
Certo como estou respirando
Certo como estou triste
Manterei essa sabedoria na minha carne
Saio daqui acreditando em mais do que antes
Esse amor não tem teto

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O Vento Esther................


A Esther é um vento. Um vento bom e tudo renova por aqui.


Agora ela deixou de ser vento e virou um evento!


Bjs para você!!!


Beto

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

















O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) considerava o livro Além do bem e do mal o seu mais importante e abrangente trabalho. Nesta obra, publicada em 1886, é possível encontrar praticamente todos os temas de sua filosofia, tais como o perspectivismo, a crítica da moralidade e a psicologia da religião. O leitor percebe em Nietzsche o desejo de uma Europa unida para enfrentar o nacionalismo, além de algumas referências às artes e opiniões sobre personalidades e caracterizações de diferentes povos.