segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Estóico
Proscrito no Ser
O permanente eufórico
Em nada ter
Diluído em um logos
Das entranhas o que dirá o filólogo?
Silêncio
É paranóico?
Vou lá ver...

J.H.R

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

"O ser humano, tal qual o imaginamos, não existe."

Nelson Rodrigues

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Vontade de Telepatia

Que época é essa? Onde estamos? Serei pré-histórico e não sei? Por favor, não me venha mais com essa história que vive me dizendo “não”, querendo dizer “sim”. Sabe, sou um homem comum que quer o dia e a vida “simpleszinha”, sem esses mergulhos estóicos demais. Não! Não quero ficar te adivinhando todo santo dia. Minha bola de cristal é muito nublada, tenho mais de dois graus nesses óculos. Quando encosto minha boca na sua é beijo!!! Beijo!! Não estou dissimulando nada e nem querendo te mandar um recado com cinquenta mil palavras. Você é a mulher ideal para mim e não quero ser doutor em geologia para ficar te escavando. Cada um é um mundo que ninguém vai alcançar e eu já aceito isso. Às vezes nossas paralelas se encontram e tenho o maior tesão por isso: simplesmente porque é mágico. Mágica descoberta fica sem graça! Meu amor, vem aqui e me diga o que quer de verdade. Não estou brincando quando digo que acredito que o homo sapiens femea seja uma outra espécie. É bonito que seja assim. Que seja e pronto! Quero engolir o tempo e a presença, digerir e ficar nutrido de ti. Pára com o seu regime de viver! Vai!! Olha aí no espelho e ensaia as palavras; elas combinarão com o movimento que quer agora. Venha aqui e encena para mim.

J.H.R

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Pássaro Eu


Chamo-me pássaro Pablo,
ave de uma pena só,
voador na escuridão clara
e claridade confusa,
minhas asas não são vistas,
os ouvidos me retumbam
quando passo entre as árvores
ou por debaixo das tumbas
qual funesto guarda-chuva
ou como espada desnuda,
estirado como um arco
ou redondo como uma uva,
voo e voo sem saber,
ferido na noite escura,
aqueles que vão me esperar,
os que não querem meu canto,
os que me querem ver morto,
os que não sabem que chego
e não virão para vencer-me,
a sangrar-me, a retorcer-me
ou beijar minha roupa rota
pelo sibilante vento.
Por isso eu volto e vou,
voo mas não voo, mas canto:
pássaro furioso sou
da tempestade tranquila.

Pablo Neruda