segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Peixe


Num aquário o minimalista do existir
Toda essência pregada num corpo frágil
Essa fragilidade é aguda e aguçada:
Sem deus
Sem horas
Sem mortos
Sem fotos
Sem memória
Sem saudades
Sem monumentos
O peixe é forçado a uma alegria última:
A vertigem de uma silhueta de menina em duo.
As paredes de vidro tombam e o mundo escorre num corpo de mulher
Fecundo, amável...
Eis o mito


JOSÉ HUMBERTO

(Imagem de Nancy Takeshi)

terça-feira, 22 de maio de 2012


Venha aqui, meu bem, desliza na minha íris, deita no gelo, e verá a minha aurora boreal.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tudo isso ligado a verdades e certezas me causa medo. Acaba incoerentemente em dogma e alienação. Mas tem uma coisa que ando tateando as bordas, comendo pelas beiradas: a vida é para ser gasta! Assim como quem come o último pedaço, lentamente, com todos os temperos: vícios, neuroses, medos, depressões, sorrisos, saudades, acertos e um desejo ardente de respirar um ar puro, solitário, sem opiniões e pronto para o raio! Mas, por favor, não queira chegar primeiro! Vá lentamente e aprecie aquele crepúsculo tardio, senta na varanda e me conte em detalhes. Estou aqui a te esperar, como aquele que tem o último trago a respirar, já parido e crescido em abstinência. Por favor, te imploro, venha!!!

J.H.R

sábado, 17 de março de 2012

Pisando no Inominável

É de susto que meus olhos piscam e lubrificam esse mundo azul, em um desejo ardente vermelho de tê-lo por inteiro nessa profundidade sanguínea onde habito.

J.H.R