Os teus pés
Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.
Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
a duplicada purpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouo levantaram voo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.
Pablo Neruda
Nossa mãe! Q texto!!!
ResponderExcluirClap!! Clap!!!
Só um poeta pode ver beleza no básico!
ResponderExcluirTodos esquecem os pés, todos esquecemos a beleza da funcionalidade, às vezes só lembramos quando perdemos.
Que haja sempre poetas para nos lembrar o óbvio!
Que lembremos sempre de reverenciar o simples!
Abs.
Grande Neruda!!!
ResponderExcluirBela escolha amigo!
bj na alma!
Só podia ser Neruda mesmo!
ResponderExcluirinconfundível,