sexta-feira, 20 de março de 2009

No Limite da Palavra............


“Quero escrever o borrão vermelho de sangue com as gotas e coágulos pingando de dentro para dentro. Quero escrever amarelo-ouro com raios de translucidez. Que não me entendam pouco-se-me-dá. Nada tenho a perder. Jogo tudo na violência que sempre me povoou, o grito áspero e agudo e prolongado, o grito que eu, por falso respeito humano, não dei. Mas aqui vai o meu berro me rasgando as profundas entranhas de onde brota o estertor ambicionado. Quero abarcar o mundo com o terremoto causado pelo grito. O clímax de minha vida será a morte." - Clarice Lispector

4 comentários:

  1. Ela escrevia ao dilacerar sua alma.
    Sacudiu palavras como niguém.

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  2. olá,
    tem um selo em meu blog de divulgação do dia mundial da água, divulgue esta ideia.

    bjocas

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  3. Ela só conhecia seus limites quando os ultrapassava..

    exageradamente belo,

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  4. Lindo!!! "o grito áspero e agudo e prolongado, o grito que eu, por falso respeito humano, não dei." Quantas vezes deixamos de gritar...o grito engasga, mexe, e somos obrigados a engolir.
    Clarice era (é) de mais

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