sábado, 31 de janeiro de 2009


O Deus olha do final do cosmos e vê todas essas bolas flutuantes coloridas e cheias de vermes incríveis e criativos... Ele senta e contempla o seu delírio e de vez em quando ele mexe com os fios que os ligam e brinca de gravidade, cometa, estrela cadente, chuva de meteoros, gira os planos e movimenta tudo, inclusive nós que também somos Ele. J.H.R

5 comentários:

  1. Bom dia senhor pássaro!!

    até que para um pássaro agnóstico, está se saindo muito bem :D


    beijo estelar*

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  2. Oi Esther, que bom ter você por aqui! Na verdade isso não tem relação com minha fé, apenas com a imaginação. Beijo no vento...

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  3. Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!
    Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

    LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

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  4. nossa adorei seu blog!! muito interessante... te indiquei p o selo olha que blog maneiro, dá uma passadinha no meu blog e pegue seu selo, ok???
    abraços e muito sucesso!!!

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